6 out 2010

A questão foi finalmente colocada, e, se muitos já haviam pensado nisto, viram todas as suas respostas e resolvidas. Afinal, podemos colocar no mesmo pé uma peça de arte renascentista e um jogo de vídeo? Kellee Santiago, numa agradável exposição exibida em Abril, é a favor desta ideia, uma vez que, afinal de contas, aquilo a que nós chamamos arte poderá ser entendido como uma forma de expressão, tendo como objectivo criar uma emoção no receptor. E é isso mesmo que tanto uma Capela Sistina como um jogo de Lara Croft nos proporcionam, ainda que em formatos muito distintos!

Na verdade, se o próprio cinema é já considerado uma arte, a sétima, de acordo com tradição, os jogos de vídeo, acompanhados por gráficos e imagens também incríveis, sons que tornam todas as situações reais para o jogador, com a possibilidade única de poder intervir nas situações, praticamente obrigam-nos a admitir que os jogos de vídeo são, na realidade, a oitava arte. Não apenas a imaginação, mas também as acções do jogador contam para o desenlace final. Através dos vídeo-jogos, tornamo-nos intervenientes, e não mais actores totalmente passivos. Não mais seremos espectadores, mas os principais actores!

Para além da averiguação artística dos jogos da nossa geração, Kellee não deixou de se mostrar inteiramente favorável à criação de mais jogos com “mensagens” que, para além de libertarem o nosso vasto espectro de emoções, toquem fundo nos nossos corações e nos façam pensar nas nossas acções e na condição humana em geral. Este, sim, será o maior contributo para o nosso futuro, graça a uma nova forma de arte que fala indiscutivelmente ao nosso coração! Por isso, não se esqueça de fazer uma análise espiritual da próxima vez que passar a tarde com os seus amigos a jogar “Play station”!

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