20 set 2007

Enquanto verificamos, em países como a França, Reino Unido ou Estados Unidos da América uma aversão total ao jogo, de tal forma que parecem apontar para decisões pouco concisas em foro legal, julgando com penas ameaçadoramente pesadas todas as questões ligadas aos jogos de sorte, noutros locais, como no caso da Dinamarca, os juízes não se limitaram apenas a vestir de preconceitos, mas, pelo contrário, tentaram ser o mais objectivos possível, consistindo o seu veredicto numa verdadeira vitória para todo o mundo do jogo, especialmente para o póquer.

Num país como a Dinamarca onde os jogos de sorte são considerados ilegais, e a população incorrendo em crime no caso de os praticar, tem-se verificado o interessante fenómeno do crescente interesse, desde há umas dezenas de anos para cá, pelo póquer, de tal forma que cerca de 200 a 300 mil dinamarqueses jogaram póquer regularmente durante o ano transacto, e, neste momento, cerca de meio milhão de cidadãos deste país continuam a jogar póquer. O julgamento levou à barra do tribunal o presidente da Associação Dinamarquesa de Póquer, Frederik Hostrup, acusado de incentivar e organizar encontros ilegais de póquer, tenso sido autores várias cadeias de restaurantes e hotéis dinamarqueses, assim como pelo casino territorial da Dinamarca.

Espantosamente para muitos dos que acompanharam o caso, o colectivo de juízes do tribunal não considerou que Hostrup tenha estado envolvido num acto criminoso, simplesmente pelo facto de não terem considerado o póquer como uma actividade criminosa. O que constitui crime relativamente aos jogos de azar é a questão da aposta em algo que não se pode prever, tema que não deixa de ser polémico, uma vez que, por exemplo, o Euromilhões e o Totoloto baseiam as suas apostas exactamente nos mesmos princípios. Contudo, de acordo com os juízes, o póquer baseia-se não apenas na sorte, mas em jogadas inteligentes, pensadas, baseando-se, desta forma, na estratégia. Irão os autores recorrer desta sentença?

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